Varejo no Litoral encerra 714 postos de trabalho em março, aponta FecomercioSP
Estoque
de empregados na região atingiu 82.523, recuo de 3,4% na comparação com o mesmo
mês de 2015
Em março, o varejo do
Litoral fechou 714 postos de trabalho, resultado de 2.629 admissões contra
3.343 desligamentos. Em
12 meses, foram eliminados 2.924 empregos com carteira assinada, o que levou a
um recuo, na comparação com o mesmo mês de 2015, de 3,4% do estoque total, que
atingiu 82.523 trabalhadores formais no mês.
As informações são da Pesquisa de Emprego no Comércio
Varejista do Estado de São Paulo (PESP), da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP),
elaborada com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social,
por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do
seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo,
obtido com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Todas as nove atividades
analisadas apresentaram recuo no total de empregos formais em março na
comparação com o mesmo mês de 2015. Os setores que apresentaram quedas mais
significativas foram os de concessionárias de veículos (-15,2%); de lojas de
móveis e decoração (-9,2%); e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e
lojas de departamentos (-7,9%).
Desempenho estadual
Em março, o comércio
varejista no Estado de São Paulo eliminou 13.277 empregos com carteira
assinada, resultado de 76.400 admissões e 89.677 desligamentos. Esse é o pior
saldo para o mês desde o início da apuração dos dados pelo Ministério do
Trabalho, em 2007. Com isso, o estoque ativo de trabalhadores do varejo
paulista atingiu 2.083.311 no mês, o patamar mais baixo desde julho de 2012,
quando eram 2.082.953 funcionários ativos no setor.
Somente no primeiro
trimestre deste ano foram encerrados 46.718 postos formais no varejo. No mesmo
período de 2015 o saldo negativo do setor ficou em 35.166 empregos com carteira
assinada, ou seja, neste ano houve 32,8% mais fechamentos de postos de trabalho
nos primeiros três meses do ano. Já nos últimos 12 meses foram extintos 71.993
vínculos empregatícios no comércio varejista. Entre abril de 2014 e março de
2015, por exemplo, ainda havia um saldo positivo de 9.282 vagas.
Das nove atividades
pesquisadas, sete apresentaram queda no estoque de empregos formais em março na
comparação com o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram registrados
nos setores de concessionárias de veículos (-9%) e de lojas de eletrodomésticos
e eletrônicos e lojas de departamento (-8,4%). Apenas os segmentos de farmácias
e perfumarias (2,3%) e supermercados (0,1%) apresentaram elevação nos estoques
de funcionários em relação a março do ano passado.
De acordo com a assessoria
econômica da FecomercioSP, nem mesmo a Páscoa - que poderia alavancar um saldo
positivo ou, ao menos, interromper os sucessivos saldos negativos nas cadeias
de supermercados - foi capaz de amenizar o desempenho negativo do mercado de
trabalho formal do varejo do Estado de São Paulo em março. Pelo quarto mês
seguido houve retração do estoque de emprego no comércio varejista, com mais de
13 mil postos extintos apenas em março. No mês, todas as atividades econômicas
analisadas registraram saldo negativo e todas as regiões paulistas viram seu
varejo reduzir o total de trabalhadores ativos.
Com relação aos dados por
ocupações, as funções que mais perderam foram os vendedores e demonstradores,
com a eliminação de 3.976 postos de trabalho em março. A segunda maior redução
ocorreu com os escriturários, com eliminação de 1.087 empregos, seguidos pelos
gerentes de operações (-779 vagas).
A Entidade explica que o
movimento do mercado de trabalho é resultado direto da diminuição da receita de
vendas do comércio varejista. Esse movimento, por sua vez, terá impacto no
consumo futuro das famílias e, consequentemente, nas vendas do varejo, que
tendem a continuar em queda, realimentando o ciclo negativo no mercado de
trabalho do setor. Já em abril, a previsão da FecomercioSP é de que até os
supermercados registrarão saldo negativo no acumulado de doze meses, de modo
que as farmácias e perfumarias serão a única atividade a ainda gerar vagas de
trabalho no varejo do estado na comparação com 2015.
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Comércio
Varejista do Estado de São Paulo (PESP) analisa o nível de emprego do comércio
varejista. O campo de atuação está estratificado em 16 regiões do Estado de São
Paulo e nove atividades do varejo: autopeças e acessórios; concessionárias de
veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e
lojas de departamento; materiais de construção; lojas de móveis e decoração;
lojas de vestuário, tecido e calçados; supermercados e outras atividades. As
informações são extraídas dos registros do Ministério do Trabalho e Previdência
Social, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o
impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de
São Paulo, com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).