Comércio varejista na região do Litoral cresce 18,2% e registra o melhor desempenho do Estado em fevereiro

Segundo a FecomercioSP, aumento nas vendas rendeu  faturamento real de R$ 1,8  bilhão


Em fevereiro, o comércio varejista na região do Litoral registrou pelo quarto mês consecutivo o melhor desempenho do Estado, com o crescimento de 18,2% na comparação com o mesmo mês de 2015. O faturamento real atingiu R$ 1,8 bilhão no mês. No acumulado do ano, a alta é de 12,8%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Das nove atividades analisadas pela pesquisa, cinco mostraram crescimento, entre as quais a de supermercados foi determinante para o resultado positivo na região em fevereiro, com o avanço de 42,3% e a contribuição de 17 pontos porcentuais para o resultado geral. Já os setores de farmácias e perfumarias (19,2% e colaboração de 1,7 p.p.) e de outras atividades (4,3% e impacto de 0,9 p.p.) também contribuíram para o crescimento do varejo no mês.

Por outro lado, quatro segmentos mostraram retração, sendo que as mais expressivas foram vistas nos setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-14,7% e impacto negativo de 0,8 p.p.), concessionárias de veículos (-5,8%, com colaboração de -0,6 p.p) e de materiais de construção (-5,2% e contribuição de -0,3 p.p.).

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado surpreende pela magnitude e pelo momento econômico adverso. A maioria das atividades mostrou crescimento, reflexo das viagens das famílias, já que muitas optaram neste período de férias e feriados - devido à redução de suas rendas por conta da crise - realizarem viagens mais próximas e mais acessíveis, que favoreceram o varejo do Litoral.

Desempenho estadual
O varejo do Estado de São Paulo apresentou recuperação em fevereiro e registrou faturamento real de R$ 43,6 bilhões, crescimento de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2015, quando faturou R$ 42,5 bilhões. Esse é o primeiro resultado positivo depois de 11 quedas mensais consecutivas. O aumento nas vendas do setor de supermercados e a inesperada reação positiva do segmento de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos foram os destaques do varejo no mês. Entretanto, vale ressaltar que por ser um ano bissexto, o varejo contou com um dia a mais de vendas em fevereiro.

Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, apenas as de Osasco e de São José do Rio Preto apresentaram  queda nas vendas em relação a fevereiro de 2015, de 11,5% e 2,6%, respectivamente.  A região do Litoral registou o melhor desempenho com um crescimento de 18,2% nas receitas, seguida pela região de Araçatuba (10,3%).

Das nove atividades avaliadas, cinco apresentaram crescimento nas vendas em fevereiro, com destaques para: farmácias e perfumarias (14,6%), supermercados (14,5%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (8,7%). Juntos, os três segmentos contribuíram com 6,3 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral do varejo no Estado.

A assessoria econômica da Federação ressalta que a alta vista no setor de supermercados deve-se à mudança de comportamento do consumidor, que nos últimos meses priorizou o consumo de bens essenciais. Já o aumento registrado nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos reflete a fragilidade da base comparativa do segmento, que nos últimos 30 meses apresentou 28 quedas, o que induziu o aumento de promoções e liquidações.

Em contrapartida, quatro setores apresentaram retração no período e colaboraram, negativamente, com 3,8 pontos porcentuais para a queda do varejo. Foram eles: materiais de construção (-11,1%), outras atividades (-9%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5,3%) e concessionárias de veículos (-2,9%).

Segundo a Federação, embora a recuperação do varejo em fevereiro represente um alívio após consecutivas quedas nas vendas do comércio, não permite ser interpretada como permanente, pois os principais indicadores econômicos determinantes para o consumo estão em queda, com destaque para o aumento do desemprego e diminuição da renda.

Expectativa
De acordo com a FecomercioSP, qualquer projeção que se trace neste momento fica condicionada ao direcionamento das decisões na esfera política e dependente da continuidade ou não do atual governo. Apesar disso, a Entidade espera, em março, o retorno da queda nas vendas do varejo, muito por conta do comportamento do crédito no mês, que mostrou redução real de 7% no volume para pessoas físicas, indicando a continuidade do baixo nível de confiança dos consumidores.

Já nas projeções para o restante do ano, a Federação pondera que o registro positivo de fevereiro não amenizou a queda prevista  para o setor em 2016, que até o momento aponta para uma retração geral de vendas ao redor de 5% em comparação ao ano passado.

Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).


Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.
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